Enquanto nos últimos dias de agosto todos lembravam que setembro costuma ser um mês terrível para o preço do BTC e projetavam o pior para a maior criptomoeda do mercado nos dias que estavam por vir, o analista Diego Consimo, fundador da Crypto Investidor, afirmou que o histórico negativo não significava que o preço do BTC não poderia trazer supresas positivas aos investidores.
E ao final da primeira semana cheia do novo mês, o par BTC/USD fechou o domingo cotado a 21.826, registrando uma alta semanal de 9,1% e ao longo desta segunda-feira vem sendo negociado acima da faixa de US$ 22.000, de acordo com dados do CoinGecko – algo que não ocorria desde a queda de mais de 10% de 19 de agosto.
Na semana passada, Consimo também sugeriu que o Índice do Dólar (DXY), que mede a força da moeda de reserva norte-americana contra uma cesta de moedas fortes, estava prestes a sofrer uma correção que poderia favorecer os ativos de risco. Algo que de fato veio a acontecer e contribuiu para a alta do Bitcoin e do mercado de criptomoedas desde a última terça-feira, 6.
Agora, segundo o analista, o próximo desafio do Bitcoin será romper a resistência que se encontra na faixa entre US$ 22.500 e US$ 23.000. Um reteste do suporte em US$ 21.000 não pode ser descartado, afirma:
"No curto prazo, acreditamos que o Bitcoin venha a encontrar dificuldade para romper a região dos U$22.500 a U$23.000. A consolidação do suporte na faixa de US$ 21.000 pode aliviar alguns indicadores desfavoráveis para o que preço do BTC possa testar a linha de tendência de baixa (LTB) projetada na região dos US$ 30.000 que vem desde o topo histórico de novembro do ano passado."
A Inflação e o DXY
As dificuldades podem se tornar maiores no decorrer desta semana a partir da divulgação dos dados da inflação dos EUA, marcados para terça-feira, 13. Como se sabe, o combate ao aumento dos preços na economia norte-americana tornou-se a prioridade número 1 do Banco Central dos EUA (Fed).
As expectativas estão voltadas para a confirmação da tendência de queda do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) dos EUA. Números superiores aos projetados pelo mercado podem jogar um balde de água fria na recente recuperação dos ativos de risco.
Além dos números da inflação norte-americana, os traders também devem ficar atentos ao comportamento do DXY, alerta Consimo:
"Amanhã teremos a divulgação do índice de inflação dos EUA de agosto. A projeção dos mercados indica que o CPI deve ficar em torno de 8,1% indicando que a inflação encontrou seu pico em junho e está em processo de correção, juntamente com o DXY. No entanto, para o DXY confirmar a divergência 'bearish' que venho apontando há semanas e iniciar sua tendência de baixa é necessário que a região dos 107,5 pontos seja rompida para baixo."
Por sua vez, Consimo espera que o Índice S&P 500 mantenha o suporte na altura dos 4.019 pontos, conforme destacado no gráfico abaixo, favorecendo a ação de preço do BTC no curto prazo, graças à forte correlação entre o Bitcoin e o mercado acionário verificada ao longo deste ano.
No final da tarde desta segunda-feira, o DXY marca 108,3 pontos, de acordo com dados da Trading View.
Consolidação do fundo duplo do BTC
Traçando um paralelo entre o ciclo de baixa atual e aquele de 2018/2019, Consimo visualiza a possibilidade de que o Bitcoin esteja consolidando uma formação de fundo duplo no gráfico diário. Aliado a outras métricas on-chain, o fundo duplo poderia desencadear uma reversão de tendência do preço do BTC ainda antes do final deste ano, de forma semelhante ao que ocorreu no começo de 2019, diz o analista:
"Cada vez mais estou otimista com a possibilidade de o fundo duplo do Bitcoin estar marcando o início de uma reversão semelhante ao movimento da ação de preço que teve início em fevereiro de 2019 e levou o Bitcoin da região dos U$3.000 para os U$14.000 em mais ou menos cinco meses. Os movimentos estão muito parecidos, desde a posição das médias móveis, passando pela linha de tendência de baixa, até os indicadores de fundo de ciclo assinalados pelo Pi Cycle Bottom e pelo Hash Ribbons. Caso se confirme a repetição do movimento de 2019 podemos esperar um rompimento da linha de tendência de baixa em torno da região de US$ 28.000 por volta de outubro deste ano."
No final da tarde desta segunda-feira, 12, o preço do BTC está cotado a US$ 22.400, e opera em alta de 3,7% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko.
Enquanto isso, a taxa de hash e a dificuldade da rede estão muito próximas de atingir novas máximas históricas, mostrando que os fundamentos da rede do Bitcoin estão mais robustos do que nunca, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente.
Fonte : https://cointelegraph.com.br